23 de julho de 2021

O CADERNO

 

Sou eu que vou seguir você

Do primeiro rabisco até o bê-a-bá

Em todos os desenhos coloridos vou  

estar

A casa, a montanha

Duas nuvens no céu

E um Sol a sorrir no papel

Sou eu que vou ser seu colega

Seus problemas ajudar a resolver

Te acompanhar nas provas bimestrais, 

você vai ver

Serei de você confidente fiel

Se seu pranto molhar meu papel

Sou eu que vou ser seu amigo

Vou lhe dar abrigo, se você quiser

Quando surgirem seus primeiros raios 

de mulher

A vida se abrirá num feroz carrossel

E você vai rasgar meu papel

O que está escrito em mim

Comigo ficará guardado se lhe dá prazer

A vida segue sempre em frente

O que se há de fazer?

 Só peço a você um favor, se puder

Não me esqueça num canto qualquer


20 de dezembro de 2018

CATADOR DE PAPEL



Pelas ruas ele vive andando
Empurrando o seu velho carrinho
O papelão, papel sempre catando
É ouro jogados no caminho

Não tem chuva ou dia ruim
Enfrenta qualquer contratempo
As intempéries aguenta firme sim
Precisa ganhar o seu sustento.

Uma profissão que na verdade
Exige tanto e quase nada a ganhar
Mas tem muita força de vontade
Com um futuro melhor vive a sonhar.

São homens e mulheres que labutam
E juntos vieram para somar
Igual a tantos brasileiros que lutam
Esperando que um dia possa melhorar.

Carol Carolina

Leia mais: https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=150822 © Luso-Poemas

4 de dezembro de 2018

RASGAR PAPEL POEMAS




Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam vôo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto;
alimentam-se um instante em cada
par de mãos e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhado espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti...


Mário Quintana